A palavra é estranha, e assusta. Mas, quando fizeram essa pesquisa traçando os perfis referente procrastinação, não consegui pensar em outra pessoa além da Raquel, pois a procrastinação desde que aliada a RESPONSABILIDADE pode ser fator determinante para o sucesso de qualquer projeto.
Confesso que inúmeras vezes fiquei apreensivo com a calma e tranquilidade dela para alguns assuntos: “Decidir dar uma mega festa e até um dia antes não ter absolutamente nada comprado, mas ter um projeto impecável e minucioso na cabeça dela e instantes antes da festa estar tudo impecável, tanto quanto aqueles planejamentos anuais. Deixar para ver a roupa para um evento importante dois ou três dias antes (ou até mesmo no dia) porque sempre acha que vai encontrar algo melhor (sempre dá certo), preparar uma apresentação do trabalho de madrugada, porque acha que o discurso estará afiado e sempre terá um insight criativo.” Esses são alguns exemplos da mulher perfeccionista e procrastinadora que convivo, porque quanto maior antecedência, mais tempo ela vai ter para mudar de idéia e achar que pode ficar melhor ainda.
Saber trabalhar sob pressão e correr riscos é algo genuíno dela, criatividade sempre será a palavra de ordem.
Então, dias destes, ela foi convidada a falar sobre o tema, para o Jornal da Cultura. A entrevista vemos logo abaixo.
Pena que por motivos de tempo, é necessário a edição da entrevista, mas o ponto de vista dela é fantástico e nos convida a uma reflexão: “Por que não aproveitar o Hoje?”
Ainda no mesmo tema, podemos elencar 6 razões para valorizar a procrastinação no ambiente de trabalho. Sim, se bem aplicada, é uma qualidade! (texto abaixo extraido do PEGN):
A rapidez é muito importante em um ambiente de trabalho. Os relatórios devem estar em cima da mesa em cinco minutos. Deve-se ligar imediatamente para o cliente. É preciso tomar logo essa decisão, pois não há tempo para pensar. Claro que a habilidade em entregar soluções em pouco tempo é essencial para a sobrevivência de uma empresa. Mas será que aquele funcionário que “enrola” para terminar as tarefas e passa mais tempo nas redes sociais do que produzindo não é um trunfo?
Um dos principais lemas dos profissionais procrastinadores é “se você pode terminar amanhã o que está fazendo hoje, relaxe.” A Fast Company entrevistou dois especialistas que acreditam que essa forma de levar o trabalho traz vantagens raramente levadas em conta. Segundo Frank Partnoy, especialista em recursos humanos, e John Perry, autor do livro “The Art of Procrastination”, o ato de procrastinar deveria ser valorizado pelos empreendedores.
Partnoy e Perry listaram 6 motivos para os empreendedores serem mais tolerantes a funcionários “enrolões” e porque, em muitos casos, todos deviam deixar o trabalho para depois:
1) Procrastinadores realizam mais tarefas – Segundo Perry, basta entender o sentido da procrastinação para descobrir que, na verdade, quem demora a fazer algo acaba realizando mais tarefas: quem procrastina larga uma tarefa para fazer outra.
Com isso, a pessoa pode até demorar a realizar a tarefa inicial, mas entrega esta e outras mais – meio atrasado, é verdade, porém com outros trabalhos feitos.
2) Eles tomam melhores decisões – O procrastinador vai esperar até o último momento para escolher o caminho a seguir. De acordo com Partnoy, enquanto deixa todo mundo esperando, ele vai coletando informações e pensando nos prós e contras de cada alternativa. Assim, quem procrastina pode basear melhor suas decisões do que alguém que resolveu dar sua opinião rapidamente.
3) Procrastinadores otimizam processos – Outra característica dos procrastinadores: quando eles finalmente começam uma tarefa, eles farão o possível para terminá-la mais rápido. Mais uma vez, vale relembrar que a possibilidade de atraso é gigantesca. Mas na hora de o empreendedor perguntar como o problema foi resolvido, o “enrolão” provavelmente vai mostrar uma solução mais efetiva, com a eliminação de tarefas menos importantes, por exemplo.
4) Tarefas desnecessárias desaparecem com eles – A otimização dos processos de uma tarefa é a mesma na análise de tudo o que é feito por um funcionário. O procrastinador analisa o custo-benefício de tudo o que faz, segundo Perry. Com isso, é provável que é ele que abra o olho do chefe e diga que “não vale a pena perder tempo e gastar dinheiro com isso”. E o procrastinador pode estar certo.
Melhor ainda: muita coisa no trabalho é estressante. Com a eliminação de uma tarefa, é possível que o estresse no escritório diminua.
5) As desculpas funcionam melhor quando se espera – Em alguns casos, quando se erra, uma desculpa imediata é esperada. E necessária. Quando se pisa no pé de alguém, o pedido deve acontecer na hora. Mas às vezes o melhor é esperar.
Segundo Partnoy, os pedidos de desculpas mais efetivos são os que ocorrem seis horas após a situação de estresse. Este é o tempo suficiente para quem cometer o erro pensar na melhor forma de retomar o assunto e a pessoa ofendida ficar mais calma. Não é que os procrastinadores saibam pedir desculpas melhor – na verdade, Partnoy defende que as pessoas procrastinem no ato de pedir desculpas.
6) O “instinto de procrastinação” pode estar certo – Perry diz que todos, produtivos ou não, temos um “instinto de procrastinação” e pensamos, muitas vezes, em deixar um trabalho para depois. De acordo com o escritor, essa intuição deve ser sempre levada em conta: se pensamos em adiar algo, pode ser que a tarefa não seja importante.