Hoje em dia você teria sérias dificuldades para encontrar um líder que não saiba que grande parte do seu trabalho é dar coaching aos seus funcionários. Também não é difícil encontrar evidências de que as empresas com culturas de liderança mais sólidas são aquelas que desenvolvem as pessoas em todos os níveis.
E mesmo assim você não precisa olhar muito longe para achar gestores que ignoram essa parte vital de sua descrição de cargo. Por quê? Porque a cultura na qual operam não insiste nessa questão e, cá entre nós, muitos gestores também consideram a tarefa desconfortável. Só de pensar em falar cara a cara com um funcionário sobre como ele está indo e o que poderia estar fazendo melhor, já os deixa inquietos. Então eles criam racionais para não dar coaching algum.
Vejam vocês a seguir as desculpas mais comuns que já escutei e o que posso dizer sobre as mesmas.
1. “Não gosto de criar intimidade com meus funcionários.”
Realidade: Coaching é uma conversa. Ela está centrada em como o funcionário está se saindo no ambiente de trabalho. Não há necessidade de se envolver na vida pessoal do funcionário. O foco deve ser o que está rolando no local de trabalho.
2. “Sou um gerente, não um terapeuta.”
Realidade: Coaching não é terapia. Questões comportamentais que afetam o desempenho são uma preocupação do gestor, mas não é o seu papel resolvê-las. Você deve coordenar com o apoio do departamento de RH como encontrar um coach executivo externo ou, se for o caso, um terapeuta licenciado, oferecendo assim a devida assistência. Agora, se o comportamento está afetando outros funcionários, você tem a obrigação de intervir e garantir a segurança e o bem-estar dos seus subordinados diretos.
3. “Não tenho tempo para isso.”
Realidade: Seu trabalho é assegurar que o que deve ser feito seja feito dentro do cronograma e do orçamento. Como é que isso vai acontecer se não dedicar tempo para encontrar e desenvolver as pessoas certas para as tarefas a serem realizadas?
4. “Não gosto de me debruçar sobre aspectos negativos.“
Realidade: Sempre e quando ouço esta desculpa, pergunto: “Quanto tempo você pode carregar nas costas uma pessoa que não está fazendo o seu trabalho?” Aqueles que performam abaixo da média drenam tempo e recursos e toda a equipe acaba pagando o pato.
5. “Não quero que meus funcionários se sintam excessivamente seguros em relação ao trabalho.”
Realidade: Entrevistas realizadas na saída revelam que os funcionários frequentemente abandonam suas funções porque têm a impressão – muitas vezes errônea – de que são subvalorizados. Na medida em que as necessidades de remuneração são atendidas, o motivo pela qual sua equipe dá duro é por reconhecimento. O coaching é uma das formas de oferecê-lo.
Em suma. É importante para as empresas endereçarem as razões pelas quais as pessoas não dão coaching. Somente quando as organizações tratarem o coaching como uma prioridade elas criarão uma cultura no qual o coaching não é algo que os gestores devem fazer, mas algo que eles fazem.
À próposito, que outras razões você já deu – ou ouviu que outros deram – para não oferecer coaching em sua empresa?